Descubra como surgiu a cerimônia e outras tradições que resistem à passagem do tempo.
Não se sabe ao certo a data exata da primeira cerimônia de casamento da História. Evidências mostram que um ritual parecido como o que existe hoje surgiu na época da Roma Antiga, quando as mulheres que estavam prestes a selar o matrimônio vestiam se especialmente para a ocasião, enfeitando os cabelos com flores brancas – que simbolizavam felicidade eterna – e ramos de espinheiro – para afastar os maus espíritos. Mais tarde, o véu foi adicionado ao figurino: no início, era uma homenagem a uma das deusas mais populares da mitologia greco-romana. Vesta, como ela era chamada, protegia os lares das famílias e também trazia bons fluídos aos novos casais.
Noivado premeditado
Os pais decidiam o futuro matrimonial de seus filhos ainda na infância, tudo para evitar a mistura de classes sociais. O palpite familiar continuou sendo essencial no enlace matrimonial dos casais durante a Idade Média. Também neste período, a cerimônia passou a ser realizada sempre na igreja, com a presença de testemunhas e tendo até troca de alianças.
A primeira aliança
Por falar em aliança, o primeiro protótipo de que viria a ser um anel de casamento apareceu ainda na época dos faraós, para simbolizar a eternidade do relacionamento (felizes para sempre). Os gregos adicionaram um significado a mais pra a jóia ao produzi-la a partir do ferro imantado – pois o ímã atraía energias positivas. Era colocada na mão esquerda, segundo a crença de que nela corria uma veia ligada ao coração. Somente na época Medieval o anel passou a ser feito em ouro e pedras preciosas. Já o anel de noivado surgiu no século 18, quando o papa Inocente III criou um tempo de espera entre o pedido de casamento e a cerimônia.
Arroz de festa
O ato de jogar arroz nos noivos surgiu na China, região que sempre considerou o grão como um símbolo de prosperidade. Há dois mil anos, um célebre mandarim quis desejar toda a sorte do mundo para sua filha que estava se casando e simulou uma “chuva” do cereal durante a cerimônia. A partir deste dia, atirar grãos de arroz nos recém-casados simboliza votos de felicidades.
Buquê
Um dos acessórios indispensáveis de qualquer noiva também apareceu na Grécia – só que em vez de flores, o arranjo era composto de ervas e alho. Os gregos acreditavam que as ervas traziam prosperidade ao casamento e o alho afastava influências negativas na ida conjugal. As flores foram introduzidas logo depois. Cad uma tinha um significado: o lírio representava a pureza; as rosas vermelhas, o amor; e as flores de laranjeira, a felicidade.
Bolo na cabeça
A guloseima principal das festas de casamento teve uma origem, no mínimo, inusitada. Para desejar boa sorte aos “pombinhos”, os romanos costumavam quebrar um pão doce sobre a cabeça da noiva, pois o trigo representava a prosperidade. Alguns povos jogavam o próprio grão ou a farinha na moça.
Séculos depois, cada convidado passou a levar um pedaço de bolo, que era amontoado junto aos demais em uma mesa, também para garantir fertilidade. Ao ver todos aqueles pedaços separados, um confeiteiro teve a feliz idéia de transformá-los em uma coisa só: nascia assim o bolo propriamente dito. Já o brinde com o champanha surgiu no ano 450 a.C., entre os anglo-saxões.
Lua-de-mel
No início, as festas de casamento terminavam quando o noivo capturava a noiva e a levava para algum lugar escondido, onde ninguém pudesse encontrá-los. Lá eles permaneciam durante uma fase da lua e bebiam um vinho feito de mel para “adoçar” a relação. Outra versão diz que, na noite de núpcias, os parentes do casal desenhavam uma lua com mel na porta da casa, para desejar boa sorte.
O vestido da noiva
Nos primórdios da civilização chinesa, as moças que estavam para se casar usavam um vestido vermelho, que simbolizava o amor. A mesma cor também era adotada na Europa durante a Idade Média, mas representando a vinda de um “sangue novo” na família.
O branco nunca havia sido utilizado até o dia em que a Rainha Vitória da Inglaterra, apaixonada pelo primo, rompeu todas as regras em pleno século 17 e casou-se por amor, vestindo-se de branco e com um véu para cobrir o rosto – fato improvável para um membro da realeza, que jamais ocultava sua identidade. Com a disseminação da burguesia, casar-se de branco passou a ser sinônimo de pureza.
Damas de honra
As primeiras damas de honra da História certamente não eram tão graciosas como as de hoje. Como o noivo conheceria a noiva apenas no dia do casamento, todo recurso possível e imaginável era utilizado pelos chineses para valorizar mais a beleza da moça. Explica-se: era muito comum escolher as jovens mais feias da comunidade para adentrar o local da cerimônia antes da entrada triunfal da noiva. Assim, ela pareceria mais bela aos olhos do futuro marido.
Amauri Galvão - Palavra que Funciona - Um Ministério obedecendo a chamada