Por momentos estive a meditar,
Na jornada do cristão,
E notei que a cruz que leva,
Não a carrega em vão.
Pessoa descontraída é esse cristão,
Calmo, não é agitado,
Ama, e por quase todos
É amado.
O mundo aborrece-o de maneira tal,
Que por vezes não raras,
As lágrimas correm.
Todavia, tão humilde ser é liberto do mal,
E as mágoas que tanto o feriram, morrem.
Não lhe interessa as cobiças do mundo,
Segue somente olhando para frente.
No entanto, em seu coração há plantado um amor tão profundo,
Que por onde passa vai semeando a divina semente.
Oh! Ditosa lida cheia de flores e espinhos,
De uns recebe o desprezo, a injúria, e por muitos é insultado.
De outros, o amor, acalanto e carinho,
Sua força é por Deus primeiro ser amado.
Não teme o mal, a fúria do vento,
Ou a violência das ondas do mar,
Ele está firmado no Senhor das águas,
E ninguém o fará naufragar.
Não poucas vezes as pedras do caminho o derrubam e ferem,
Mesmo de joelhos ou prostrado avança.
Vencer o mundo e chegar ao céu é a sua meta.
Vai, vai cristão! Essa é a melhor esperança.
Sua cruz é motivo de júbilo,
Só é pesada para o cristão vacilante,
Pois sabe que é só a cruz que lá no céu será aceita,
Em troca de uma coroa brilhante.
Por vezes na jornada, defrontamos com alguém chorando.
Assentado sobre a cruz põe-se a lamentar:
- a cruz é tão pesada, meu ombro está sangrando.
Ajuda-me irmão! Quero com você no céu chegar.
Jesus também, ao Gólgota subindo,
Cedeu sob o peso do imenso madeiro.
Simão, o cirineu, foi constrangido a prestar auxílio,
Uma figura da atitude do cristão verdadeiro.
A porta do céu não é entrada de teatro,
Não se engane meu companheiro,
Poderá ser uma multidão ou somente quatro,
Lá só entrará o que lavou suas vestes no Sangue do Cordeiro, o cristão verdadeiro.